quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Amigo de uma vida

O cheiro de café me traz lembranças e me transporta para o tempo.... 



Da minha infância... Quando o perfume do café, de manhã cedinho, me avisava a hora de levantar e de começar um longo dia cheio de brincadeiras;

Da minha adolescência... Estudando para ingressar no tão sonhado curso superior  e aquele cheirinho saboroso invadia meu quarto, me acordava e me mantinha esperto para mais uma noite inteira com livros, estórias e fórmulas;      
                                                                                                                                       
  



 Dos encontros com os melhores amigos do mundo, lotando as mesas dos espaços pequenos e aconchegantes; rindo das nossas mancadas em sala de aula e dos nossas escritas mal conduzidas. Foi meu professor, o  meu melhor orientador;





Dos momentos em família, pelas manhãs... Quem me anunciava a hora de ir para o trabalho? O momento de dar uma pausa no meio da tarde? Só ele me impulsionava para continuar as atividades. Se a ansiedade batia, só sua cor e seu sabor para me aquecer e me acalmar;








E hoje, olhado para os meus frutos, fortes como os dele, tenho a doce sensação de vitória e a satisfação de tê-la trilhado na melhor e na mais saborosa companhia. Agora sei que, há muito tempo,  ele faz parte da minha história, pois sempre me envolveu em uma atmosfera de fortes emoções, ao mesmo tempo em que coloriu minhas melhores lembranças.



                                                                         



Cheiro Aurorinha!

Texto: Aurorinha Polly

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Vidinha: Mundo novo


 Voltei garotas para continuar contando a minha desilusão afetiva!!! Pois bem, parei no meu quase casamento. Como falei em outra oportunidade não nasci para ser vítima, aos poucos vocês irão conhecer os sabores e dissabores da minha personalidade. Enfim, depois do fatídico dia, quis entender o que aconteceu comigo pelos olhos de um homem. Foi então que resolvi experimentar outros sabores, abandonei a minha parte feminina e mergulhei neste “ novo mundo” ...









“A aurora de Nova lorque geme
Nas vastas escadarias
A buscar entre as arestas
Angústias indefinidas

  (Chico Buarque)











...Como qualquer viajante que se aventura por terras estranhas, tive boas e más descobertas. Mas o saldo foi positivo, encontrei paisagens interessantíssimas, descobri outras cores, cheiros, toques e sabores. Vivi situações que entraram para a memória de longo prazo...









Ficha Técnica

Fotos: Rafa Bastos
Modelo: Yasmine Reis
Produção: Daniele Gonzaga
Assistente de produção: Selma Rodrigues
Locação: Passeio Público

sábado, 11 de fevereiro de 2012

A culpa é de Platão

    
    “Nunca haverá neste mundo alguém que te ame como eu!” Profundo, não? Tenho que admitir que a criatura que profere esse clichê tem autoestima elevada e confiança exacerbada no seu potencial amoroso. Um amor de potência atômica, capaz de devastar o terreno onde foi jogado. Neste caso, só resta se compadecer com a vítima desse amor, afinal foi dada uma sentença de morte amorosa, “nunca mais haverá!”...jamais, never!

     Quando escuto coisa do tipo, inevitavelmente lembro-me dos galãs com nomes compostos das novelas mexicanas. Só pessoas de sangue temperado com “chilli”, são capazes de tamanha dramaticidade. Pobre sentenciada!.....que depois  da desagradável afirmação é invadida por uma carga emocional densa, equivalente a uma descarga elétrica. Os dias passam e ela começa a crer que o tempo (senhor do alívio) fará o amargo cotidiano perder o lugar. Mas eis que o desespero emerge, se instala e leva embora sua frágil fé.
     
     Esse é o ponto que eu quero chegar: o desespero. Ele nasce do amor rejeitado que ainda impregna o coração e abre clareira para que o medo se estabeleça. Medo de jamais conseguir ser feliz novamente.

 Em dias como esses em que vivemos, é difícil conviver com a possibilidade de ser infeliz. Nunca se buscou tanto a felicidade, que virou uma espécie de mito contemporâneo. Para algumas mulheres encontrar alguém que lhes completem é um dos caminhos para essa tal felicidade.  Esse amor complemento é um câncer cultural difundido por Platão na sua obra O BanqueteExplico: quem o leu deve lembrar que no elogio feito por Aristófane  ele cria o mito da esfera. Ele conta que no princípio homens e mulheres formavam um único ser de força extraordinária, o que fez essa criatura escalar o céu para enfrentar os deuses. Como castigo o ser foi separou dando origem a dois seres. Mutilados, eles tentavam desesperadamente, através do beijo e do enlace, recuperar a parte que lhes completavam. Segundo essa história, o amor nasce da falta que a outra parte faz, o mito legitima a unicidade no amor. Apenas um Alguém, em todo o cosmo, pode te completar. A partir desse viés a história da querida Cinderela, dona do exclusivo e intransferível sapatinho de cristal, faz todo sentido, salta do conto de fadas para o mundo real.

      Estamos, a mais de dois milênios, fadadas a procurar a outra metade da esfera, a banda da laranja, a alma gêmea. Então quando você escuta que jamais haverá outra pessoa que te ame. Você pensa:” Shiiiii Lascou! Perdi a possibilidade de ser feliz!”
Será então que você só pode encontrar o amor apenas uma vez na vida? Será que não poderiam existir os homens e as mulheres de nossas vidas, cada um com suas particularidades? Esses questionamentos despontam no coração de quem já sofreu com o mito da alma gêmea, a ponto de perder a fé nesse tipo de amor e combater implacavelmente essa ilusão.

     Nos moldes sociais que vivemos ter ao seu lado alguém que te complete passou a ser um ideal obsoleto! Isso mesmo! Raciocine comigo: a vida social exige muito de você, querida! Precisamos ter excelência no que somos e no que fazemos. Dia após dia lutamos para sermos completas, uma cobrança do mundo e de nós mesmas. Superar não é mais verbo é palavra de ordem. Quando você aceita que o Alguém que está ao seu lado é tudo o que falta em você, sua evolução, nas diversas esferas, fica comprometida. Você não pode trabalhar as suas deficiências, e consequentemente caminhar na linha evolutiva, porque isso deixaria o parceiro sem um papel a desempenhar na sua vida. 

     Encontrar a outra parte para resgatar a antiga natureza não é mais sinônimo de felicidade. Em tempos de “lovers centers”; relações rápidas, fáceis e intensas. A unicidade cedeu espaço para a ansiedade dos corpos pela substituição repentina por outro corpo. Uma quase libertinagem mórbida.
Verdade, que diante desse panorama o mito da esfera não se torna tão ruim. Bem! Na medida certa ele pode até ser válido, afinal nos conduziu até aqui e continuará regendo as canções de amor, os contos e a vida de muita gente. Mas percebo que as pessoas mais sábias trocaram a relação de complemento pela de ganho real. Aquela que se baseia no amor por outro que possui características que reforçam as suas, o casal seria resultado de uma soma, para então multiplicar-se. Os amantes de hoje primam pelo companheirismo, alguma similaridade e são almas que, juntas, buscam melhorias mútuas e se permitem mudanças. Talvez a grande sacada seja a mudança contínua, não como uma lei de mercado a fim de driblar a monotonia, mas funciona como um estímulo ao aprimoramento. Você não está nem além e nem a quem do outro, há um equilíbrio que passa pelo abandona-se para descobrir e redescobrir o outro a cada passo.

    Por fim amigas, quando alguém voltar a dizer que ninguém mais amará você, relaxe!  Primeiro, se seu romance acabou é sinal que aquele amor não era adequado para você. Segundo, não estamos mais na Era de Platão, já existe formas mais saudáveis de relacionamento. 


Cheiro Aurorinha!


sábado, 4 de fevereiro de 2012

Making of

Estou compartilhando com vocês uma prévia dos últimos acontecimentos da minha vida, os quais vocês saberão melhor nas próximas postagens!


http://www.youtube.com/watch?v=Z2UHh88Rb_M


                             

Cheiro Aurorinha!!!